sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Trívia



Ó grandiosas Nornas, que destino final levarei¿
Um submundo ao lado de Cronos¿
Ou sentirei o prazer dos Campos Elísios ao chegar a encruzilhada¿
O medo de Perséfone encontra-se em meu peito
Invade-me as noites, em angústias de Deméter.
Não encontro os rastros de Íris em minhas caminhadas
Sonhos perdidos, Morfeu parece distante
Dores como a perda de Osíris, fazem lágrimas me encontrarem
Sinto-me preso em uma armadilha de Loki
Kali parece ter destruído tudo e agora clama pelo meu encontro
Meu encontro comigo.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

No light, no light



Tudo era tão escuro, eu só conseguia enxergar algumas sombras, elas me davam medo. Um terrível odor de mofo invadia o ambiente e eu não sabia o que fazer. Tinha medo de andar e ser visto por essas sombras. Também tinha medo de ficar sozinho. Uma onda de desespero me invadiu e eu deixei escorrer algumas lágrimas, ardiam meu rosto quase como se me purificassem...
Uma voz tão límpida e clara invadiu aquele lugar.
Um som tão divino e imortal, uma ponta de esperança, será? Eu via as palavras aparecerem e iluminar o lugar.
"O que você vê é apenas você mesmo"
Aquela frase quebrou todo o encanto e eu percebi que aquele lugar sombrio não era um lugar qualquer, aquele lugar era eu.

sábado, 19 de novembro de 2011

Luna le fay



Não lembrava em que momento do caminho eu havia tirado o sapato, a única coisa em que conseguia pensar era como a terra molhada me dava uma sensação de paz.
Eu achava que estava em um sonho, mas percebi que era apenas a densa neblina que causava aquela estranha sensação. A estrada de terra e grama não me era estranha, já estivera ali, só não lembrava quando e como.  Então a neblina some e eu percebo que estava de frente pra um grande lago, ou aquilo seria o mar¿ Era enorme. Um homem com capuz estava em uma barca e fez uma reverência ao me ver. Agora eu lembrava onde eu estava, eu estava atravessando a neblina de volta pra minha casa... Minha Avalon.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Le petit...



Acordar todos os dias e perceber que minha vida não mudou nada é o ritual mais tortuoso. Respirar é difícil. Dormir¿ A insônia acaba com todas as minhas noites. Eu consigo quebrar, afastar, estragar tudo que chega perto de mim. Não sei porque ainda não me conformei em ficar sozinho. Até os astros já disseram isso...
Eu tenho medo, eu sou o meu medo. Viver é uma palavra tão complexa, ultimamente nem sei mais se vivo, liguei um botão em minha alma e parece que ela sumiu, um ser robótico e sem emoções preencheu seu lugar. Tudo que eu sempre reclamei e lutei está acontecendo comigo, eu me robotizei, inconsciente.
Como faço pra voltar¿ Sinceramente, estou quase desistindo...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O som do coração



Ela dançava e rodava ali, no meio daquela silenciosa floresta. Seu vestido vermelho rodava suavemente com o vento, ela dançava e ria, sua aura era pura felicidade, pura. Sua risada inundava o coração de todos ao seu redor. Sua dança estava em tanta sintonia com a terra, que havia momentos que eu podia jurar que ela havia criado raízes. A dança era puro instinto, foi então que eu percebi, a dança não era silenciosa, ela dançava com um som único e primordial e que a maioria das pessoas haviam esquecido de escutar, ela dançava com o som dos corações.

domingo, 13 de novembro de 2011



Hoje em dia tudo é tão robótico. As pessoas se perderam. Ficaram robóticas, andam rapidamente, enviando sms, olhando para o chão, falando ao celular...
Qual foi a última vez que vocês olharam pra Lua?
Quando vocês pararam pra ouvir o canto de um passarinho que fez um ninho em uma árvore da sua rua?
Quando vocês repararam que uma leve brisa brincava com seus cabelos?
Simplicidade, essa é a palavra-chave.

O caminho da esperança



Incensos e cristais em cima da mesa, bola de cristal no centro, pedra-da-lua no pescoço, diversos anéis em seus dedos. Ela embaralhava o tarot com uma destreza incrível. Colocou três cartas a mesa e me olhou profundamente, aqueles olhos castanhos pareciam ler a minha alma.
-Tem certeza que quer saber¿
-Tenho. – respondi, demonstrando falsa segurança.
O diabo, o eremita e a carruagem. Foram as cartas que ela virou. Ela respirou longamente e disse:
-Eis a sua resposta.
Do mesmo jeito que viera, ela havia desaparecido, não tinha vestígios de que ela passara por ali, a única coisa que sobrara eram três cartas completamente em branco jogadas ao chão.

Brida



Não conseguia acreditar no que via, aquele sorriso vinha acompanhado de algo maior, algo que eu nunca esperava ver. Uma pequena esfera brilhante e branca estava em cima do ombro esquerdo dele, apenas eu era capaz de ver, e ele poderia ver a minha, talvez...
Ele chegou tão de repente que a única coisa que eu fiz foi abraçá-lo fortemente, por um momento eu havia me transformado, não era eu abraçando ele, viramos um só, era como se fosse a parte que faltava.
Ele parou e eu percebi que me olhava, fiquei com medo de olhar e perceber que tudo era verdade, ele deu um beijo em minha testa e pediu pra olhá-lo, quando nossos olhares finalmente se encontraram, todas as minhas dúvidas foram embora, eu atravessei o deserto que o olhar dele me proporcionava. Eu sabia que ele também sabia, ele também via o deserto dos meus olhos, isso só podia dizer uma coisa...
Tudo parecia tão surreal, eu estava com medo de sair daquele abraço e perceber que era tudo um sonho, e quase como se ele tivesse lido meus pensamentos, sussurrou no meu ouvido: calma amor, eu estou aqui.
E eu ganhei o beijo que eu jamais esperava ganhar.

sábado, 12 de novembro de 2011

A verdadeira história.



-Espelho, espelho meu, existe alguém mais linda do que eu¿ - Foi a pergunta da sacerdotisa de Afrodite.
-Sim, Branca de Neve é a mulher mais linda – Respondeu o espelho mágico.
A bruxa ficou em choque, seu posto havia sido tomado e ela não podia fazer nada, ela era uma rainha orgulhosa, mas acima de tudo, era uma sacerdotisa e não poderia ficar sem fazer nada.
Chamou um caçador e disse com sua voz triunfante:
-Traga o coração de Branca de Neve!
-Sim, minha rainha!
A rainha pretendia guardar o coração da Branca de Neve até o momento certo, porque o príncipe dela não havia nascido. Guardar seu coração faria Branca ter seu amor na hora certa e a rainha continuaria a mulher mais bela! Uma troca justa pensou a feiticeira!
Mas por alguma razão a rainha percebeu que não poderia matar a Branca, pois a morte é irreversível, sendo assim conseguiu lançar um feitiço no caçador e o fazer desistir de matar a menina.
Assim sendo, aproveitou a lua minguante, a lua das anciãs e da sabedoria para transformar-se em uma anciã e buscar toda a sabedoria necessária, pegou uma maçã, símbolo da beleza e do amor e a enfeitiçou.
Ao entregar a maçã a Branca, a rainha deu um suspiro de alívio e no mesmo instante Branca caiu ao chão, a bruxa foi embora sem olhar pra trás, pois agora Branca ficaria eternamente bela e jovem, até a hora do seu príncipe chegar.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

We all come from the Goddess



Doce Senhora prateada
Seu sorriso é um enigma
Sua pele me dá calafrios e seu beijo me fascina
Seu olhar me hipnotiza e seu cheiro me inebria

Como é possível os mortais não te amarem¿
Como é possível eles quererem extinguir o seu culto¿

Um culto de felicidade e prosperidade
E acima de tudo, um culto do amor sobre todas as coisas
Seu amor nos invade de uma forma tão grande e inexplicável
Não podemos falar, apenas sentir...

Mãe Antiga, nós ouvimos o seu chamado.
Nos preencha.
Nos Ilumine.
Blessed Be!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não posso e não quero imaginar que um dia posso perder você. Eu não vou perder você.
Você tem essa mania irritante de sempre achar que sabe o que acontece dentro de mim e nem sempre tá certa. Eu não sinto um abismo entre nós, eu sinto é falta, falta do nosso passado juntos.
Você fica estranha do nada e eu pergunto e você solta a frase "nem tudo gira em torno de você", pois é, eu também tenho orgulho.
Eu sinto falta de tudo, de você, suas risadas, nossas tardes, nossos abraços, você completando minhas frases e vice-versa.
Não deixa isso morrer, não vamos deixar isso morrer. Eu te amo o suficiente pra correr atrás de você o resto da minha vida. Você é minha eterna Catherine e como no livro, nosso amor é pra vida toda. Não tem como apagar a conexão que existe e nem como sumir. Como você disse, nos foi concedido e quando é assim, nenhum sentimento é capaz de destruir.
Você me mostrou o que é o amor verdadeiro. Amor verdadeiro é o que eu sinto por você todos os dias, sua falta é meu desespero. Por favor, não me larga, eu não posso aguentar.
Se de alguma coisa eu me arrependo, é de não ter feito melhor com você.
Eu te amo!


Respirei fundo e abri os olhos, mesmo depois de tudo eu ainda conseguia ter uma vida normal, ou quase isso. Por que aquilo aconteceu justamente comigo¿ Os pensamentos invadiam a minha mente e automaticamente eu comecei a chorar, não dava pra segurar, era mais forte que eu.
Levantei e lavei meu rosto, não podia acreditar que hoje era o dia. Seria o dia mais feliz da minha vida, se...
Comprei uma muda de lírio, sua flor preferida e fui ao seu encontro. Ele estava no lugar de sempre, sentei ao seu lado e lembrei que aquele olhar me acolheu em todos os meus momentos de dor e angústia, era aquele mesmo olhar que me desaprovava quando fazia algo errado, lembranças de um passado que não volta mais, ajoelhei e coloquei a muda ao lado de sua lápide e fui embora sem olhar pra trás... 
Não.
Sim.
Quem sabe, depende de você.
De mim o quê?
Uai, você sabe que depende.
Não fala uai porque tu sabe que é meu ponto.
Não sei de nada.
Claro que sabe, você usa isso como subterfúgio.
Não vem com palavras difíceis...
Não é difícil, você que é um mineirinho chato
Sou super chato mesmo.
Para de dar esse sorriso, não vou olhar.
Vai parar de olhar pra mim?
Tira esse sorriso do rosto, você sabe o que acontece.
Não sei não...
Aff, menino idiota.
Seu idiota.
Viu o que tu fez? Agora eu te abraço e nem sei porque.
Porque é assim que tem que ser.
É?
É.
Esse olhar.
Esse sorriso.
Esse você.
Esse eu.
Esse tudo.

Sub(mundo).

Subi as escadas de uma casa muito antiga, sentada a porta havia uma mulher idosa com cabelos negros que caíam como cortina em cima de seus ombros, seu vestido era preto, como uma capa e em uma de suas mãos havia uma rosa extremamente vermelha. Ela me viu e deu um sorriso que preencheu toda a minha alma, a melhor sensação que já invadira meu corpo, paz. Ela não precisou falar nada, seu olhar me dizia tudo. Eu deveria descer, descer, descer e salvar aquele pobre garoto. Entrei na barca e meu instinto me dizia pra onde ir, até que cheguei em um imenso portão de mármore branco, quem guardava esse portão¿ O ceifador. Vestido em uma capa com mangas longas e capuz. Tudo era negro, exceto o seu rosto, branco como o mármore de tudo ao seu redor. Se ele me visse eu ficaria ali, preso eternamente. Entrei em uma passagem secreta e continuei andando, passei por um grande salão de mármore branco, como no portão, ali seria o local perfeito se não fossem as pessoas acorrentadas e sofrendo nas paredes. O chão continha símbolos, círculos, sangue...
Cheguei ao local em que ele estava, antes que o libertasse ele gritou: corre.
Fiquei escondido atrás de uma das pilastras do lugar até o Cérbero passar e não me encontrar. Quando finalmente consigo libertar ele, duas mulheres aparecem para me atacar, puxo ele pela mão e pulo em um buraco negro que havia se formado.
Estava no portão da antiga casa, dessa vez algo estava diferente, ele estava comigo. A mulher de vestido negro me entrega a rosa e dá um último sorriso.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Você não é o você que eu queria que você fosse.
Eu não sou você.
Lamentável...
O quê?
Você não ser eu, porque então eu seria o que você queria que eu fosse e vice-versa.
Hã?
Foda-se você.

November Rain

Novembro era um mês estranho, tudo acontecia nele, nem sempre eram surpresas agradáveis, ela apoiou-se em sua bengala feita de carvalho e foi até aquele antigo armário, tirou uma chave de bronze e bem gasta pelo tempo, ela encaixou perfeitamente naquele armário com estranhos detalhes emoldurados.
A chuva caía lentamente e a sensação de vazio era desesperadora, ela pegou a única coisa que aquele armário guardava, um casaco de lã que há muito estava desbotado e o vestiu, ainda servia perfeitamente em seu corpo, deu uma olhada no espelho e reparou que mesmo depois de anos, aquela vestimenta cabia perfeitamente em seu corpo. Era uma pena, porque as rugas da idade já contornavam todo o seu rosto, seus olhos tinham um brilho maternal, seus lábios guardavam os mistérios das anciãs e suas mãos, ah, suas mãos guardavam a sabedoria, a sabedoria de seus ancestrais. Uma pontada de saudade preencheu todo o seu peito, ela dá uma última olhada no espelho e deixa as lágrimas caírem pelo seu rosto. Sua mente dizia sempre as mesmas palavras: “O caminho das sacerdotisas é árduo e sozinho”. A hora chegara, a Deusa chamava Hécate de volta para o seu útero.
Quantas horas? Horas? Pra quê horas? Uai, pra saber as horas. Mas você sempre quer as horas, é hora de deixar a hora de lado e pensar na hora que está gastando olhando as horas o tempo todo. Mas... Mas nada, reclamou o relógio.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011


- Bom dia, senhores, o voo parte em 15 minutos.
- Qual o destino¿
- Não podemos contar.
- Por que não podem¿
- Porque não queremos.
- Não vou mais viajar.
- Tem certeza que vai perder essa viagem¿
- Não.
- A curiosidade mata.
- Eu sei disso.
- Então...
- Então vamos viajar em 15 minutos.
- Tenham uma ótima viagem!

domingo, 6 de novembro de 2011

Trecho do meu livro.

Quando a última vela apagou e o incenso soltou sua última fumaça, o círculo mágico desapareceu.
Iniciou-se um barulho muito forte de árvores balançando, como se o vento fosse quebrar todas. Olharam pra floresta. Não havia nenhum sinal de vento, só um ser de quatro patas correndo em direção a eles. Vinha com a língua pra fora, o rabo balançando e era todo branco. Foi chegando mais perto e pulou em cima de Merlin e começou a lamber seu rosto. Do outro lado, onde ficava a lagoa, surgiu um barulho de água.  Um ser menor que o primeiro apareceu. Ele se ocultava junto com a noite. Mediante a escuridão, a única coisa visível eram dois grandes olhos amarelos. Ao contrário do primeiro, ele vinha andando calma e silenciosamente. Veio andando em seu passo tranqüilo até chegar aos pés de Morgana, onde ficou de um lado para o outro roçando seu pelo em sua perna.
E assim nasceu o primeiro Gato e o primeiro cachorro.

Ainda é cedo.

Sua presença estava em cada canto daquela casa, bastava fechar os olhos e eu era capaz de ouvir suas risadas, aquelas risadas que preenchiam cada pedaço da minha alma. Diziam que o amor era mais forte que tudo, eles estavam enganados, não era mais forte que a morte.
Aqui não fazia sentido sem ele, tudo era cinza e nublado. Meus pensamentos não tinham um rumo, não conseguia me concentrar em nada, só queria que ele soubesse o tamanho da falta dele aqui. Seu cheiro não saía do meu corpo, não devia ter deixado ele me abraçar, não enquanto a bala perfurava meu corpo lentamente, seus olhos cheio de lágrimas e a dor evidente no seu rosto foram suficientes para me prenderem aqui, nesse mundo de tortura chamado Terra. Nem céu e nem inferno, apenas vagava esperando o momento em que ele fosse me encontrar. 

Ele.


Acordei com borboletas no estômago, hoje era o dia. Fui ao aeroporto encontrar com ele, fim de novembro e dia nublado, o dia estava perfeito. Não acreditava que finalmente ia encontrar ele. O tempo passava tão lentamente e minha ansiedade aumentava cada vez mais. As borboletas do meu estômago triplicaram. Vejo-o de longe e levanto, ele sorri e acelera os passos, eu tenho a sensação que vou cair antes de chegar perto dele, acelero meus passos e quase tropeço, ele começa a rir de mim e antes que meu rosto fique vermelho ele me abraça e sussurra: - Calma, amor, não precisa tropeçar por minha causa. Eu dou uma risada, seus braços em volta da minha cintura, meus braços em volta do seu pescoço, eu dou um sorriso muito tímido e falo: - você chegou. Ele: - só pra você. 

Gosto do azedo

Ela sorriu pra mim e depois me abraçou, falou que tudo ficaria bem e que eu não precisava sentir medo.
Eu não queria fechar meus olhos, sabia que se o fizesse ela iria sumir. 
- Fique comigo. Foi o que eu consegui dizer em meio aos soluços.
Ela apenas me deu um beijo na testa e sumiu, como a névoa, como a doce fumaça de um incenso, eu sabia que estava ali dentro daquele quarto, sua presença era forte, ainda conseguia sentir, só não podia ver. 
A sensação de paz também estava ali, eu só precisava encontrar...

Não, não, não...



Ela estava perdida, corria pela cidade escura em busca dele, sabia que ele estaria ali, ele sempre estava ali. Ela corria cada vez mais rápida, o suor escorria por todo o seu rosto, ela não importava com isso só queria chegar lá. Os postes não estavam acesos, a cidade só estava iluminada pela luz da Lua cheia.
Ela chega à esquina e olha pra praça deserta, o único som era o de seu coração acelerado. Uma tristeza enorme invade todo o seu coração, uma dor emocional tão forte que chega a ser física, tudo o que ela temia aconteceu. Era verdade, ele não estava lá, flashbacks invadiam sua mente com uma força tão intensa que ela caiu ao chão, lágrimas quentes escorriam pelo seu rosto molhado de suor, ela não conseguia ficar com os olhos abertos, mas sempre que fechava tinha aquela terrível imagem, uma lápide com o nome dele.

O nada era tudo


Ela invocou todos os elementais e falou com eles o seu desejo, os elementais por amarem a Senhora acima de todas as coisas, e por terem uma dívida eterna com ela por ter criado o Todo pra eles, ajudaram a criar o tal Ser.
A terra doou a carne e os ossos para esse Ser.
A água doou o sangue pra circular por todo o corpo do Ser.
O fogo doou o calor, para esse Ser ter um calor natural que o mantivesse vivo.
O Ar doou o sopro, o sopro que seria vital para esse novo Ser.
E a Senhora doou a vida, ela deu o Espírito para o nascimento desse novo Ser.
Mas, por um imprevisto que ninguém havia imaginado, nasceram dois Seres, a Senhora havia colocado um espírito inconsciente do seu Consorte, e assim, nasceram dois Seres, um com o útero para gerar toda a vida e outro Ser com o essencial para nascer a vida do primeiro ser.