domingo, 12 de abril de 2015
a forte tempestade não me arranca suspiros
e os raios e trovões não eriçam meus pelos.
Já não tenho amores pelas flores
o orvalho na grama não toca minha alma
e o borbulhar do rio não preenche meu espírito.
Já não tenho amores pelos olhares
a janela da alma trancou-se pra mim
e o que antes via, agora me deixa cego.
Já não tenho amores por mim
o que escuto bater no lugar do coração é a parte fisiológica
e o sentimento que o faz pulsar, esse já parou de existir.
quarta-feira, 1 de abril de 2015
The dark
Viagem
Quero pessoas que dancem ao ver uma bela paisagem, ou que se encantem com uma borboleta voando. Não quero tons de cinza nas minhas viagens, já basta relevar que você foi ao cinema assistir 50 tons de cinza. Gosto do colorido, do que se mostra, do que não é discreto.
Se quer me agradar em uma viagem, mostre-me a cor do miolo de uma flor ou uma joaninha na grama. Não quero alguém que repara em lojas de shoppping, quero olhares pra fora, pra vida, pras rugas do tempo. Também não quero pudores, minhas viagens podem ser amigáveis ou regadas com sexo em todos os lugares, no carro, na rua, no parque. Porque fugir de uma cama também é interessante.
Ah, também detesto quem tem nojo. Abraço animais que vejo na rua e peço pra levar todos pra casa, alimento animais com o mesmo garfo que almoço. Ainda quer continuar a viagem? Porque vou querer passear pelas ruas e fugir dos locais turísticos. Quero abraçar e ser a cidade, não apenas conhecer.
Então, quem me compra um jardim com flores?
sábado, 28 de março de 2015
Alice Cyborgue
Seu relógio de bolso havia estragado e em 2015 não existia quem consertasse, ele perdeu a hora pra ver a rainha, perdeu a toca, perdeu Alice.
Sem entrada pro país das maravilhas o Coelho ficou desesperado, em uma tentativa de chegar ao país, pulou na frente dos carros.
sábado, 7 de fevereiro de 2015
A maldição do Egito
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Criação
Gaia conversava enquanto ele habitava seu útero quente e escuro. Ela cantava pra ele, era uma mãe muito serena e calma. A eternidade tem uma mania de deixar as pessoas sábias e com poucas palavras, não foi diferente com Ela. Yinepu chegou, apesar do que muitos pensam, ele não é egípcio e Gaia não é titã. Eles habitam o além-tempo, longe das nomenclaturas humanas. Soprou sua essência naquela alma e sorriu para Gaia. Saiu caminhando por um de seus caminhos, não queria interferir na gestação. Ao nascer, Hécate danada do jeito que é, tomou a alma em seus braços e a acolheu, escolheu ser madrinha, não queria mais ser vó, decidiu ser a que está presente sempre. Hécate embrulhou a alma e a deixou no corpo de Gaia, hoje conhecido como terra. O destino final? Gaia, Yinepu e Hécate guiando caminhos, não é uma tarefa fácil, por isso aquela alma está presa na terra, os caminhos são infinitos. É preciso de cura, de amor e de sombras. Que Gaia te cure, Yinepu te console e Hécate te guie.