Mas as flores de Chloé já estavam mortas.
Nesse dia algo estava diferente, seu cabelo não brilhava como o de um botão de flor prestes a abrir, seu batom não transmitia a alegria de uma fada. Seu rosto guardava as memórias que, de tanto guardar pra si mesma, fizeram-na atrofiar.
Ela buscava as flores nas outras coisas, anulando-se interiormente. Fingia amar borboletas e coisas fofas, quando na verdade o que queria era uma fina lâmina de gilete atravessando aqueles pulsos. Falava que adorava milkshake de chocolate, mas a realidade era diferente, queria era sentir o sabor do sangue em seus lábios, enquanto recitava poesias para Lúcifer.
Chloé enganava a humanidade com seu sorriso e seus olhos de amêndoa, a flor da mortalidade já estava morta e agora ela habitava outro patamar, ela habitava a sensação de uma flor desesperada por amor, uma flor que se perdera na razão da vida, uma flor que se rendera a imortalidade, mas flores não vivem pra sempre. Quando uma flor se entrega a imortalidade, perde suas pétalas. Quando uma flor se rende a imortalidade, torna-se pó.
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