Ele andava como um animal pela mata, aprendera a sentir e confiar em seu olfato – a mata conversava com ele através dos aromas. Tal qual um bicho feito de instintos, sua pele ouriçava com o vento que tocava sua nuca. Um arrepio se faz em seu corpo, ao longe algum animal uiva desesperadamente, ele sente os dedos dos seus pés tentarem cavar a terra, em uma tentativa animalesca de criar raízes e se proteger dos perigos. Quais?
Ele não desiste e continua andando para algum lugar, ele
sabia onde parar. ele sabia onde parar. ele sabia onde parar. ele sabia onde
parar?
Alguns pássaros noturnos o encaravam fixamente, a sensação
de frio não abandonava o seu corpo, o que mais ele poderia fazer? Esperar a
noite passar não era uma opção, nunca foi. Era o dia correto na noite perfeita
para fazer o que precisava. Não posso desistir agora, ele disse.
Andava devagar por conta da escuridão, a pouca luz que tinha
não era suficiente para iluminar o caminho. Tropeço, uma pedra escorregadia que
não vira o faz ficar com os pés sangrando.
- meu pé sangrando é sagrado, disse pra si mesmo.
Seu maior incômodo eram as teias de aranha invisíveis, ele
caminhava um pouco e parecia que sempre tinha uma teia na altura do seu rosto.
Seus olhos arregalam quando encontra o que precisava
encontrar: uma árvore retorcida que parecia a porta mágica para algum lugar.
Ele atravessa para a morte.
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