segunda-feira, 23 de julho de 2012

Alice clichê

Eu esperava encontrar o coelho ali, mas não sabia se ele iria demorar.
Então continuei o meu caminho, com ou sem relógio, sem companhia visível... visível para os humanos, pois as invisíveis eram tão visíveis pelos meus olhos que chegava até a confundir o real do imaginário.
Uma hora o caminho foi bloqueado, não sabia ao certo o que era ou como sair, só sabia que não conseguia continuar. Havia risadas e mágoas, tão visíveis ao meu redor que cheguei a perder a visão, só conseguia sentir o terror... E então ele apareceu!
Sua voz espantou aquelas horripilantes criaturas, mesmo assim o caminho parecia bloqueado. Estava acorrentado? Talvez, mas não por correntes de ferro, e sim por emoções trancafiadas durante estações. Elas estavam tão presentes, tão intensas, que a única coisa que consegui fazer foi deixar lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Ele viu, ele não podia deixar isso acontecer e me abraçou! Seu abraço apertado me aqueceu, sua voz em meus ouvidos era tão suave e linda que conseguiu me tirar do frenesi de emoções maléficas. Eu queria ficar ali, queria morrer naqueles braços eternos e aconchegantes. Ele me soltou e eu continuei o meu caminho, até encontrar aquela toca...

Um comentário:

  1. Noooossa! Amei! Texto mega épico! Parabéns! Parece literatura contemporânea!

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